O primeiro negro a comandar a mais alta Corte do país, o ministro tem origem humilde em uma cidade do interior de Minas Gerais.

Quem é Joaquim Barbosa?
“Orgulho da família”, diz a prima.
“Muito tranquilo, muito brincalhão”, conta outra prima.
“Briguento, com certeza”, diz o primo.
A definição do primo ele não escondeu desde que chegou ao Supremo, em 2003. Foram várias as discussões com os colegas ministros. Com 58 anos, o mineiro de Paracatu é de origem humilde, filho de um pedreiro, já falecido, e de uma dona de casa, dona Benedita.
“Não é aquela historia do menino pobre ou menino negro que chegou à presidência do Supremo Tribunal Federal. O que isso mostra e prova matematicamente que o único caminho para se fazer justiça no Brasil é a educação”, afirma Regina Casé.
Joaquim Barbosa sempre se dedicou aos estudos. Foi para Brasília na adolescência, frequentou uma escola pública. Para se sustentar, trabalhou como faxineiro. E se formou em direito na Universidade de Brasília.
Tem três diplomas de pós-graduação da Universidade de Paris. Joaquim Barbosa fala fluentemente francês, inglês e alemão. Foi indicado ministro do Supremo há nove anos e meio pelo então presidente Lula. Há três meses tem sido a estrela do maior julgamento da história do tribunal, o do mensalão, do qual é relator.
“Eu acho que o Joaquim representa muitas coisas nesse momento. E ele com sua ação, nesse processo que ele está ainda envolvido, ele acaba trazendo um norte distinto para a Justiça”, diz Djavan.
Joaquim Barbosa foi eleito para ficar na presidência do Supremo Tribunal Federal por dois anos. Nesse período é dele a responsabilidade de definir a ordem dos julgamentos e o que será prioridade. Quase 800 processos estão prontos para serem analisados pelo plenário.
Nos últimos anos, o ministro se licenciou diversas vezes por questões de saúde. Tem uma inflamação na coluna, por isso as trocas de cadeiras durante as sessões e as participações em pé.
Ainda assim, o amigo de longa data, o ex-jogador de futebol Dário Alegria, jura que ele tem aptidão em outro campo. “É bom jogador. Se ele não fosse ministro a vaga dele estaria em qualquer clube brasileiro”.
Mas agora, Joaquim Barbosa, o ex-futuro jogador de futebol, ex-garoto pobre, é o comandante da mais alta Corte do país.
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